Quem nunca ouvi o ditado “colocar a mão na massa”? Pois é, mas é isso que 35 alunos da escola estadual Padre Arlindo Vieira têm feito, mas, ao invés de colocarem a mão na massa, estão com as mãos na terra, manuseando sementes e mudas hortaliças, aprendendo o processo de germinação e desenvolvendo valores relacionados à Educação Ambiental.
Além de conciliar a teoria e prática, os produtos cultivados sem adição de agrotóxicos pelos estudantes da única escola em tempo integral da cidade, enriquecem a merenda escolar. A iniciativa conta ainda com o apoio e colaboração da Fatec (Faculdade de Tecnologia) de Capão Bonito, do vereador Matheus Francatto e da secretaria de Agropecuária, Obras e Meio Ambiente.
Segundo a direção da escola, a ideia surgiu através do programa “Eletiva”, um projeto que orienta os alunos e os direciona para atividades relacionadas à suposta carreira pretendida. “Aqueles que se interessam, por exemplo, por Agricultura, tem a oportunidade de conhecer na prática a profissão participando do projeto “Enraizando”, que é o cultivo de horta”, explicou a coordenadora da unidade escolar, Talita Rodrigues de Oliveira.
O projeto Enraizando começou a ser implantado na Padre Arlindo Vieira ainda em 2013, mas ganhou relevância a partir do ano passado, devido a maior procura e interesse por parte dos estudantes de Ensino Médio. As atividades envolvem toda a escola e além, de produzirem alimentos saudáveis, têm sido uma forma de aprendizado saudável e criativa.
De acordo ainda com coordenadora, os próprios alunos se responsabilizam por cada fase do processo de cultivo dos alimentos. “Eles cavam, plantam, molham, cuidam e colhem e contam com o auxílio dos professores Dionete Ferraz, Fernando Viana e Juliana Assis. Os estudantes cuidam todos os dias, inclusive nos fins de semana, por meio do programa Escola da Família”, explicou.
Entre os alimentos cultivados na horta estão alface, beterraba, cheiro verde, cebolinha, rúcula, cenoura, hortelã e couve, que são utilizados para o consumo nas refeições escolares. Além disso, há um incentivo para o consumo dos próprios alunos por um preço simbólico. “Com a venda, os alunos arrecadam e investem na própria horta, comprando materiais e ferramentas. Também tem a questão do empreendedorismo, pois eles administram e gerenciam como um verdadeiro negócio”, relatou a educadora.
O projeto tem feito a diferença na vida de muitos estudantes, como conta o aluno Felipe Miranda. “Esse programa é importante para o meu projeto de vida na escola, pois é uma profissão que estou aprendendo. Tenho intenção de cursar Agroindústria e com a horta aprendi bastante, vale a pena se dedicar”, afirmou.
Apoiadoras do projeto, as professoras Mercedes Regina Ramires e Maria Aprecida Eva da Fatec, explicaram que objetivo da parceria é de “expandir o conhecimento acadêmico”. “Queremos que o conhecimento da faculdade chegue à toda comunidade, e isso aconteça de maneira eficaz e rápida através do jovens e estudantes. Eles são dedicados e interessados e com certeza sairão daqui para estudar e trabalhar na área”, concluíram.