Capão Bonito, 21 de outubro de 2024

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Capão-bonitense é tenente da Aeronáutica no Rio de Janeiro

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Capão-bonitense é tenente da Aeronáutica no Rio de Janeiro

Dar proteção aos voos, zelar pela decolagem, trajeto e pouso, essas são umas das importantes funções que o segundo tenente da Aeronáutica, Reginaldo Caetano exerce dentro da Força Aérea Brasileira.

Nascido e criado em Capão Bonito, Caetano saiu da cidade em 1988, para ir em busca de um grande sonho: seguir a carreira militar. “Sempre tive vontade de ser militar e me alistei no Exército em São José dos Campos. Naquele ano, pouca gente se alistou e o sargento da Aeronáutica convocou voluntários, e assim comecei minha trajetória na corporação. Iniciei como soldado de segunda classe e subi para soldado de primeira classe. Porém queria crescer na minha carreira, por isso entrei em um cursinho e passei para o cargo de cabo. Depois disso fiz o curso para sargento na escola da Aeronáutica em Guaratinguetá, com especialização na proteção ao voo”, relatou.

Após finalizar o curso, Caetano foi transferido para Porto Seguro-BA, para trabalhar no destacamento de controle do espaço aéreo, que age na proteção ao voo. “Fiquei 14 anos em Porto Seguro, trabalhei como terceiro sargento, segundo sargento e primeiro sargento. Após esse período fui transferido para Manaus, no final de 2009”.

Na capital do Amazonas, fez curso de aperfeiçoamento de sargento para chegar ao cargo de sub tenente e teve a oportunidade de prestar o concurso para oficial da Aeronáutica. “Para chegar a ser tenente fiz esse concurso interno que é muito concorrido a nível nacional, com poucas vagas. Estudei muito para passar. Eu chegava cansado do trabalho, acordava às 3h00 e estudava até às 4h30, quando eu saía para correr para atingir o peso necessário para prestar o concurso. Às 6h00 eu ia para o trabalho, pois além de estudar para o concurso eu tinha que exercer a minha função. Graças a Deus e a todo o meu esforço, obtive êxito no concurso e passei para tenente da Aeronáutica, e também me qualifiquei para chegar a capitão. Se tudo ocorrer normalmente, fico dois anos como segundo tenente, três anos como primeiro tenente e chego ao cargo de capitão”, destacou.

Assim que foi aprovado no concurso e assumiu o cargo de segundo tenente, em março de 2017, Caetano foi transferido para o Rio de Janeiro, onde é a sede do Departamento de Controle do Espaço Aéreo. “Atualmente eu trabalho no Instituto de Cartografia Aeronáutica (ICA), que planeja, gerencia, controla e executa as atividades relativas à Cartografia Aeronáutica. Nosso trabalho é feito para proteger o voo, produzimos cartas de rotas e áreas, que são específicas do voo para apoiar o aeronavegante tanto civil como militar para realizar um voo com segurança. Quando era sargento, eu executava as ações, o que mandavam fazer eu realizava, mas hoje como tenente, a minha função é de chefia. Eu coordeno uma equipe de 10 sargentos, que têm a função de passar todas as informações aeronáuticas necessárias para que o piloto realize seu planejamento de voo adequado e com segurança” explicou.

Caetano relevou também a disciplina que um militar precisa ter para crescer na carreira. “Dentro da escola não se pode caminhar, e ao correr ou marchar é necessário entoar as canções militares. São 30 hinos e o militar precisa decorá-los. Além disso, tudo lá dentro é comandado. Por exemplo, para comer toca o apito e para levantar da mesa também. É necessário ter muita disciplina, mas é muito compensador. Eu ralo bastante, mas amo o que faço, para mim é tudo muito gratificante”.

Na Força Aérea Brasileira, Caetano orgulha-se de ter uma trajetória de conquistas e sem punições, e destaca alguns prêmios recebidos. “Todo soldado entra na Aeronáutica com a avaliação de bom e dependendo do comportamento vai somando ou perdendo pontos. Depois de cinco anos meu status foi elevado ao nível ótimo, e depois de 10 anos cheguei ao nível excelente, e recebi uma medalha e um documento assinado pelo presidente da República. Em 2008, completei 20 anos de carreira sem punição, e em 2015, pude ser agraciado com a medalha “Bartolomeu de Gusmão”, por ser um dos destaques entre os militares que apresentaram excelente comportamento. Nesse mesmo ano ganhei mais uma homenagem, que foi uma placa como especialista padrão. Agora, em 2018, vou completar 30 anos de carreira sem punição. Tudo isso vai agregando, empolgando, são coisas gratificantes”, contou.

Perfil

Reginaldo Caetano da Silva nasceu em Capão Bonito em 1969, é filho do canteiro Tobias Caetano da Silva e irmão de Maria Aparecida, José Carlos, Rita de Cássia, Maria de Fátima e Wanderley Caetano. É casado com Val Fatima Siqueira e pai de Bruna Marcus e Mateus.

Criado só com o pai, teve o apoio em sua criação da senhora Noêmia, do marido dela, Wandir e dos filhos do casal, Gerson, Vilma, Ana Lúcia e Luiz Henrique, considerando-os como pessoas de sua família.

Morou na Vila São Judas Tadeu, estudou nas escolas Padre Arlindo Vieira, Jacyra Landim Stori e Raul Venturelli e trabalhou em diversos lugares, desde cedo. “Eu comecei a trabalhar aos nove anos de idade como engraxate, depois trabalhei em oficinas mecânicas, serralherias, escritórios de registros de imóveis, no Fórum, além de ter sido entregador de jornais e ter trabalhado com meu pai cortando pedras. Trabalhar desde cedo me deixou mais maduro e fez com que eu aprendesse muito e valorizasse as pequenas coisas”, falou.

Exemplo de determinação e superação, Caetano traz em sua trajetória as dificuldades em ter que trabalhar desde muito cedo, mas que foi algo que nunca o atrapalhou nos estudos e na busca de seus sonhos. Estudou em escolas públicas e com muita dedicação chegou a um cargo de destaque da Aeronáutica, mostrando que tudo é possível para quem batalha e não desiste de buscar o que almeja. “Eu deixo aquela frase de efeito: siga os seus sonhos. Não deixe ninguém mudar isso, pois quem quer, consegue”.

Além da carreira militar, Caetano é graduado em Letras pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e pós-graduado em Física pela Universidade Federal de Lavras (UFLA), e lecionou aulas durante 14 anos. Dentro da Aeronáutica, fez o curso de atividade de AIS (que é o serviço de informação da Aeronáutica), o curso de supervisor de órgãos AIS, o curso de preparação de monitor, o curso de qualidade, o curso de aperfeiçoamento de sargento e o curso de oficial. “Nossa carreira sempre tem cursos de aperfeiçoamentos para nos mantermos focados e atualizados”, relevou.

Para quem quer seguir a carreira na Força Aérea Brasileira, Caetano também deixou uma mensagem: “Hoje em dia entrar na Aeronáutica é mais fácil, pois a informação é mais rápida, por meio da internet as pessoas tem acesso a tudo que se deve fazer. Então o interessado deve buscar as informações e estudar, pois para entrar é meritocracia. É necessário prestar o concurso e passar, e passar também pelas avaliações médica e psicológica. O segredo para alcançar o sucesso é ter muita disciplina para o estudo e entusiasmo para não desistir do sonho”, afirmou.

Sempre que possível Caetano vem a Capão Bonito para rever os familiares, amigos e matar um pouco da saudade da terra natal. “Ainda tenho muitos vínculos aqui, muitas pessoas que conheço, minha família e amigos de infância. Se cheguei aonde estou hoje, devo muito a Capão Bonito, eu levo muita coisa daqui, principalmente todo o carinho e incentivo que os meus familiares e meus amigos me deram no início da minha carreira militar. Sempre que posso venho curtir a cidade e penso no futuro em voltar para cá”, declarou.

Ao fim, Caetano revelou o carinho que tem por Capão Bonito. “É a minha cidade natal e tenho muito apreço por ela. Se Deus quiser vou passar meus dias aposentado aqui. O município é muito bom, oferece muitas oportunidades, é só saber as portas que temos que abrir. Só tenho a agradecer e desejar tudo de bom a Capão Bonito e aos capão-bonitenses”, finalizou.

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