Capão Bonito, 16 de setembro de 2024

Comportamento- Destaque

Banana Bloco: O campeão da alegria

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Banana Bloco: O campeão da alegria

Eles surgiram de repente. Sem nada programar. Espontâneo. Assim, no Carnaval de 1990, nasceu o maior bloco carnavalesco e a torcida mais fanática do futebol capão-bonitense.

Numa época em que o carnaval de salão ainda reinava nas tradições e costumes gameleiros, um seleto grupo de jovens raiou nas noites de folia com muita ousadia, irreverência e criatividade, e nos anos seguintes, já desbancava grupos até então acostumados de concorrem sozinhos nos carnavais de Capão Bonito. Em pouco, o Banana Bloco se transformou no maior e melhor bloco da história da cidade.

Aos poucos o bloco foi crescendo e ganhando novos adeptos. Foram anos e anos consecutivos de invencibilidade e supremacia. Alguns até tentavam copiar e concorrer contra a irreverência dos “Banana”, mas não era praticamente impossível derrotar a criatividade daqueles jovens irreverentes. Outras investiam em fantasias sofisticadas, mas nada se comparava a energia e empolgação que os “bananeiros” transmitiam quando pisavam no salão do extinto Capão Bonito Clube.

A cada ano, um integrante oferecia a própria residência para a concentração, uma espécie de sede nos dias de Carnaval. A casa da família do saudoso Joãozinho Blóes acabou sendo a recordista. Um de seus filhos, Angelo Otávio, acabou se transformando num dos líderes do grupo, tamanha era sua paixão e dedicação ao bloco. Além dele, outros acompanharam o mesmo ritmo: Levi; Pinóquio; Sujo; Cabeção; Bey; Parmito; Bolinho; Nhanhão; André Bi; Formiga; Fábio Osso; Barata; Emerson Chulé; Butice (in memorian); Juninho Vasconcellos; Zóio Vasconcellos; Wagner Negão; Caio Seco; Nhã; Kako; Danilo Serrote; Alexandre Peceguini; André Biracov; Cabrito; Cadelo; Eide Ikeda; Isac Proença; Bisteca; Edgard Proença; Sandrinho; Marquinho Batata; Marco e Alan Cacciacarro; Juca; Dunga; Pedrinho Braz; Luizinho Stori; Evandro Dj; Jefferson; Rodrigo Pera; Xuxa; Ike; Picego; Carmo Henrique; Piuí; Augustinho; Titica; Xaxã ou Chanchã; Baiá; Wilton Lucas; Paulinho Macarrão; Jao; Bofe; Curumin. Sandrão; Flavinho; Juliano Venturelli (Bibão); Tarcísio Cabeleleiro; Antônio Eduardo; Sorriso; Sabiá; Fabrício; Chico Lino; Rinaldi (Gordo); Elder Piriquito; Chupeta; Coruja; Douglas; entre outros tantos.

A amizade entre os “Bananas” se tornou fraternidade. O motor gerador desses jovens era a paixão pela “rodinha de bar”, onde também se reuniam frequentemente uma cartada de truco, ou por uma simples aposta. Aí de quem perdesse o jogo. Cada perdedor tomava uma dose cheia de cachaça.

Da folia e das rodas de bar, o “Banana” virou mania. Todo ano, o grupo lançava moda. Eram camisetas, bonés e brindes com o desenho da banana mais famosa do Sudoeste Paulista.

Nos tradicionais bailes do Queijo e Vinho, Hawaí, Fantasia, entre outros, lá estavam eles, juntos e promovendo uma alegria única e sempre uniformizados. Nos desfiles cívicos, o “Banana” também era presença garantida, fosse em cima de um carro alegórico ou numa partida amistosa, onde os integrantes se fantasiavam de mulheres e atraíam milhares de pessoas nas arquibancadas da quadra esportiva do CBC em jogos beneficentes.

O “Banana” também fez história em outros salões. No futsal, os batizados “Banana Ball” (time A) e o “Boca de Litro” (time B), tinham uma torcida fanática e fiel, que sempre roubavam a cena e comandavam o espetáculo das arquibancadas, que se dividiam entre os “Bananas” e os “Não-Bananas”. Títulos, polêmicas e muita vibração marcaram a passagem deles pelo futebol.

Aproveitando a mobilização da época, o grupo do carnaval, da roda de bar e do futebol, também se moveu com as causas sociais. Promoveram campanhas do agasalho; arrecadação de alimentos; eventos sociais e muitas outras atividades que ajudaram centenas de famílias carentes do município.

Várias gerações passaram pelo “Banana”, e se passaram. O carnaval de salão acabou. O espírito das arquibancadas enfeitadas de preto, branco e amarelo foi adormecido. A garra e o amor pela camisa ficaram apenas na memória dos atletas e integrantes. Mas, ninguém vai conseguir apagar da história o nome desses jovens que alegraram e sacudiram por muito tempo esse chão chamado Capão Bonito.

 

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